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Mensagens

Happy Sunday!

Acordámos com o sol a querer espreitar pela janela, depressa abri os cortinados e  convidei-o a entrar. Sem demoras, porque a agitação das crianças puxa-nos para a vida. O amor dá-nos a energia para, de sorriso no rosto, esquecer a preguiça.  Não há tempo nem vontade para atrasos, está prometida uma ida ao parque. Eu sou a mais animada. Pela primeira vez, o S. Pedro, sabendo os meus planos, guardou tudo o que é nuvens vento e chuva. Victoria Park aí vou eu, sem casaco e de óculos escuros!  Brunch com amigos e natureza, que óptimo programa domingueiro e que em nada defraudou as expectativas.  No banco de madeira corrido, as conversas surgiam entre risos e piadas. De quando em vez, salpicados pela água do repuxo, refilávamos pela tentativa frustrada de quebrar a nossa cumplicidade. À volta da mesa escrevemos um pouco da nossa história e as panquecas tornaram-se ainda mais saborosas polvilhadas pelo doce da amizade. Esticar as pernas e moer a refeição foram as desculpas perfeitas
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Quando as férias são regressar a casa

Há meses que as passagens estão compradas, como se isso fizesse acelerar o tempo. O que é certo é que o que parecia tão distante depressa chegou. Estes últimos dias são os que teimam em entrar em slow motion, só para chatear um bocadinho (grande).  Talvez o problema seja meu: a agenda há muito que tem sido recheada com os afazeres mais chatos e com os encontros que vão saber tão bem e a lista de coisas para levar está concluída. Não, o avião não é já amanhã! É só a minha mania da organização. Eu e as listas para tudo, elaboradas com eternidades de antecedência. Até ter a lista definitiva, entretive-me com as provisórias. Aqui e ali acrescentava qualquer coisa que me lembrava de repente. Claro que volta e meia, tenho que passar a limpo para ser perceptível. Por último é preciso  ter uma mega folha com tudo discriminado. É feita uma divisão para cada elemento da família, existe também  a secção das miscelâneas (aquelas coisas que todos usam e onde também se incluem as que ninguém vai se

Se arrependimento matasse...

Quando ela o procurou ele já não estava lá. Mas como?! Ele que tanto lhe prometeu, deixou-a. Ele que tanto gritou por ela, remeteu-se ao silêncio. Agora que ela se despiu de preconceitos. Agora que ela deixou de iludir-se com o futuro. Justamente agora! Porquê a ela? Ela que tanto sonhou e planeou! Será um teste? Será que ele vai aparecer? Ela quer uma oportunidade, quer mostrar que está disposta a viver. Finalmente ela não o tem por garantido. Ela não quer recuperar o que foi perdido nem esperar pelo que há-de vir. Ela quer agarrar nele agora, viver sem desculpas nem promessas. ... Mas ele não apareceu. Ali está ela a enlouquecer no ruído ensurdecedor do silêncio. Sozinha, mais só que nunca, porque ele sempre lá esteve, ela é que não o viu. Ele esteve em todos os lugares, umas vezes com mais pressa, outras disposto a respeitar o ritmo dela. Ora perdido entre a multidão, ora sozinho, mas sempre pronto a dar-lhe a mão. Ele sorriu e chorou com ela. Ele insistiu, persistiu e nunca de

Ser mãe dos meus filhos

Ver os meus filhos brincar é uma sensação indescritível, a sua cumplicidade na partilha de dois mundos de imaginação, as gargalhadas que me enchem a casa e alma. Não há nada melhor!  Todos os dias têm surpresas. As descobertas deles são as minhas. Eles aprendem a ser gente e eu a ser mãe.  Desde o momento em que soube que tinha um feijão dentro de mim, o amor surgiu e foi crescendo à medida que o feijão também crescia. Cada pontapé lá dentro me lembrava que estavamos apenas no início duma relação para a vida.  O parto parece decorrer numa dimensão de tempo diferente. Aquelas horas demoraram dias a passar! Quando finalmente (ou já?) voltei à realidade tinha um bebé nos braços. Aqui começa o turbilhão de emoções que é ser mãe. A alegria mistura-se com o medo, para complicar surgem as dúvidas e, como se não chegasse, a auto-avaliação resolve aparecer.  Depois de passados os primeiros meses em que nos conhecemos e adaptamos, acresce uma tarefa à minha actividade diária. Soou o ala

Amo amar-te!

Não tenho uma definição para a palavra amor, tenho um nome: o teu. Por aquilo que fomos, somos e (espero) iremos ser.  Não digo que vou amar-te sempre, prefiro dizer que hoje quero amar-te para sempre e contribuir para isso acontecer.  Crescemos juntos. Somos os amigos que se apaixonaram e à amizade somaram o amor. Vivemos intensamente cada fase. Somos actores do nosso filme, com tudo o que implica. Festejamos as cenas que saem perfeitas à primeira, choramos os takes mal conseguidos (eu bem mais que tu) sem esquecer que o nosso oscar é sermos felizes.  És o trampolim quando preciso de balanço ou o travão para as minhas velocidades excessivas. A sinceridade da tua opinião, mesmo quando nua e  crua, faz-me pensar. Dás-me força e alimentas-te da minha. Fazes-me rir e chorar. Num momento somos os pais adultos responsáveis, no outro as crianças que brincam sem o peso da idade. Desfrutamos o lado bom da vida e enfrentamos os imprevistos. O que nos une, mais do que tudo o resto, são os

Não há tempo nem distância...

O avião levantou. Lá em baixo a terra cada vez mais pequena, aos poucos estou a afastar-me da minha casa. Ainda consigo ver uns pontinhos lá ao fundo, até que as nuvens me turvam a visão. Os próximos pontos que vou ver serão aqueles entre os quais passarei a andar.  A viagem é uma espécie de realidade paralela, estou ali sentada sem estar, penso em tudo e não  penso em nada. Sinto-me amorfa e, de repente surge o entusiasmo por estar prestes a encontrar o meu companheiro de aventura. O entusiasmo desvanece quando os rostos da despedida se fazem lembrar.  Em terra ficaram pais preocupados com a filha. Eu trouxe na  bagagem o peso do abandono. Trouxe comigo o mimo e aconchego que vão precisar quando a idade avançar.  Vim atrás dum presente e futuro melhores, não só para mim mas principalmente para os meus minis. O que os deixa realizados, como pais e avós. Mas isso não suaviza o facto de terem lá ficado e não dissipa o grande senão do amanhã: serão velhos felizes comigo longe?  E

Os antípodas da distância

À primeira impressão a distância é sinónimo de afastamento. Se queremos fugir ou esquecer alguém, vamos para longe. Se queremos que sintam a nossa falta, desaparecemos.  Eu sou a sortuda que vi o outro lado da distância: a aproximação. E não há nada de contraditório nisto. Os quilómetros fizeram-me dar de caras com a ausência física,mas aqueceram-me a alma com a constante presença moral das "minhas pessoas".  É inegável a falta do abraço, do beijo, do cheiro. Dói não conseguir estar lá nas horas de dor para segurar a mão. Custa não puder estar lá para festejar as alegrias, sentir as emoções e reacções sem a barreira dos telemóveis. O que não daria para teletransportar-me para os aniversários, para tocar na barriga amiga grávida ou ir jantar a casa dos pais!  Afinal é tão bom sentir tudo isto! Continuo a ter pessoas com quem partilhar a vida! Melhor ainda, o contacto tornou-se mais constante.  Agora não há adiamentos porque nos vamos ver mais tarde ou quem sabe nos en