Ver os meus filhos brincar é uma sensação indescritível, a sua cumplicidade na partilha de dois mundos de imaginação, as gargalhadas que me enchem a casa e alma. Não há nada melhor!
Todos os dias têm surpresas. As descobertas deles são as minhas. Eles aprendem a ser gente e eu a ser mãe.
Desde o momento em que soube que tinha um feijão dentro de mim, o amor surgiu e foi crescendo à medida que o feijão também crescia. Cada pontapé lá dentro me lembrava que estavamos apenas no início duma relação para a vida.
O parto parece decorrer numa dimensão de tempo diferente. Aquelas horas demoraram dias a passar! Quando finalmente (ou já?) voltei à realidade tinha um bebé nos braços. Aqui começa o turbilhão de emoções que é ser mãe. A alegria mistura-se com o medo, para complicar surgem as dúvidas e, como se não chegasse, a auto-avaliação resolve aparecer.
Depois de passados os primeiros meses em que nos conhecemos e adaptamos, acresce uma tarefa à minha actividade diária. Soou o alarme (e nunca mais se desligou) : estou a criar uma pessoa, um ser humano que vai crescer no Mundo e para o Mundo!... Socorro!!!
Tem sido maravilhoso! Não há inseguranças ou receios que superem a satisfação de vê-los crescer. Este é o amor mais puro e incondicional. O meu maior desejo é que sejam crianças felizes. Não sou a mãe das comparações, se os meus filhos são os mais espertos, os mais habilidosos, os mais simpáticos, os mais, os mais... O meu barómetro é a sua alegria.
Equilibrar as regras com os mimos, não esquecendo que cada um tem a sua personalidade e características da idade, requer uma actualização quase diária. Eles absorvem o que os rodeia, vão enchendo as suas gavetas com nova informação e eu contribuo para que tenham o armário bem organizado. Eu transmito os valores, esclareço, alerto, deixo-os cair e nem sempre os ajudo a levantar. Dou o meu melhor para eles se construírem, eu forneço o material mas eles são os seus arquitectos. Eles dão-me muito mais a mim do que eu a eles. Com eles eu cresço, choro, rio. Por causa deles tenho outra perspectiva da vida. As brincadeiras em que me pedem para participar dão-me a tranquilidade que preciso (mesmo quando a agitação é tanta que mal consigo acompanhar). Os seus abraços e beijos recarregam-me as baterias. Eles são a minha inspiração.
O culminar de dever cumprido é vê-los serem verdadeiros irmãos. São companheiros de brincadeira, preocupam-se um com o outro, lembram-se de comprar dois doces a contar com o outro... discutem pela posse da tv... não dormem sem o outro... quase que desencadeiam a terceira guerra mundial por um brinquedo... abraçam-se na hora da separação na escola e beijam-se no momento do reencontro. Com as suas semelhanças e diferenças gostam um do outro. Espero que tal como agora caminham de mãos dadas pela rua, o façam pela vida fora.
Acredito que serem bons irmãos é a base que lhes incuto para serem bons cidadãos.
E quanto a mim, respiro de alívio quando os sei seguros debaixo da minha asa. Esforço-me para naturalmente deixá-los voar.
Todos os dias lhes digo que gosto deles, porque quero que nunca se esqueçam. E que bem que sabe ouvir "love you mum". Todas as noites, quando já dormem, os aconchego. Nunca nego o conforto do meu colo. Festejo sempre com alegria as suas pequenas grandes conquistas.
Eu "tenho-os" a eles e eles têm-me a mim.
Ver os meus filhos brincar é ver o melhor de mim!
Lindo. Muito bem.
ResponderEliminarLindo. Muito bem.
ResponderEliminarSer mãe é uma dádiva! E tu és uma mãe maravilhosa. Adoro ler-te!
ResponderEliminarKeep going!
No primeiro trecho como me identifiquei, não conseguiria exprimir tão o que senti!
ResponderEliminarNo segundo consegui ver o ser humano maravilhoso que és amiga e isso transmites aos teus filhos!